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PSICOLOGIA

Bhte, 11 de janeiro de 2024

Ano novo, vida nova: pressão por novas metas pode agravar quadros de ansiedade

Alimentação, exercícios físicos e apoio profissional são aliados para diminuir estresse e trazer mudanças gradativas

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil apresenta a maior proporção de pessoas ansiosas, atingindo 9,3% da população. Em um contexto em que cada vez mais brasileiros enfrentam questões relacionadas à saúde mental, a transição do período festivo para o início de um novo ano não se resume apenas à alegria, trazendo também desafios emocionais. A vontade de compensar as perdas do ano que passou e cumprir novas metas muitas vezes ultrapassa a animação, resultando no aumento dos níveis de estresse e ansiedade. 

“As pessoas enfrentam desafios ao longo do ano e quando o ciclo se encerra sem que essas questões se resolvam, elas se veem imersas em um período de autocobrança. Esse momento de reflexão pode ser intenso, e é importante lembrar que a jornada emocional é tão válida quanto às conquistas tangíveis”, diz a psicóloga do Hospital São Marcelino Champagnat, Ana Campos.

Corpo e mente em equilíbrio

Com o fim das festas, muitas pessoas tendem a adotar hábitos “detox”, principalmente no que diz respeito à alimentação. A busca pelo corpo ideal e o alívio do exagero gastronômico de fim de ano incentivam a adoção de práticas para resultados imediatos, que são ineficientes para a promoção de uma vida saudável. Manter uma alimentação equilibrada não deve ser apenas uma solução no início do ano, mas, sim, uma série de hábitos contínuos durante todos os 365 dias. “O objetivo deve ser a criação de hábitos alimentares saudáveis a longo prazo. Implementar mudanças extremas pode resultar em frustração e dificultar a adesão adequada à dieta. O ideal é adotar uma abordagem gradual e sustentável para conseguir resultados duradouros e promover um estilo de vida saudável“, explica a nutricionista Marcella Oliveira, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. 

Outro ponto importante para quem busca um novo ciclo com mais saúde é a sinergia entre uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos. Essa prática desencadeia a produção dos chamados "hormônios da felicidade", além de regular o estresse, ajudar na qualidade do sono e impulsionar a energia ao longo do dia. Além das endorfinas, responsáveis pela sensação imediata de felicidade após a prática de exercícios, a adrenalina, a noradrenalina, a dopamina e o cortisol são liberados durante a atividade física, promovendo também adaptações positivas a médio e longo prazo. O papel dessas substâncias vai muito além do humor; elas também causam impacto na cognição e contribuem para um estado mental mais equilibrado. 

Para Pedro Murara, médico do esporte do Hospital São Marcelino Champagnat, a prática contínua de atividade física tende a ser benéfica ao gerar satisfação, especialmente à medida em que os resultados são percebidos. “A melhoria da autoestima é outra conquista valiosa proporcionada pelos exercícios físicos. Ao perceber a evolução nas capacidades físicas e na aparência, as pessoas encontram motivação e confiança, o que pode ser particularmente benéfico para pacientes com quadros depressivos, ansiosos ou com insatisfação corporal”, reforça. 

Adoção de cuidados

Além das atividades físicas e da alimentação equilibrada, a combinação de diferentes cuidados pode criar uma base sólida para o equilíbrio emocional. Práticas como garantir um sono adequado, gerenciar o estresse, cultivar relacionamentos saudáveis, dedicar tempo ao lazer e procurar ajuda profissional são essenciais ao longo de todo o ano quando o objetivo é manter a saúde mental. 

“Hábitos simples como priorizar um sono regular e de qualidade, estabelecer momentos para relaxamento e lazer, nutrir vínculos saudáveis, sejam eles amorosos, familiares ou de amizade, além da busca de ajuda profissional, que não deve ser encarada como sinal de fraqueza, mas como um passo corajoso em direção ao autocuidado, são atitudes que fortalecem a resiliência emocional e ajudam a lidar com os desafios durante todo o ano”, conclui a psicóloga Ana Campos.


A Internet é a culpada ou as Mídias Sociais devem ser monitoradas para a Saúde mental do usuário?

 

A Dra. Karen Valéria da Silva responde essa indagação com pesquisa sobre o assunto que preocupa pais e empregadores e diz resperito à Saúde Pública e mental das pessoas envolvidas.

21/08/2023 - As mídias sociais têm transformado a maneira como nos conectamos,
comunicamos e compartilhamos informações. Segundo dados do IBGE (2019), 78,3% das
pessoas de 10 anos ou mais (143,5 milhões) estão conectadas à internet. E à medida que
a presença online se torna cada vez mais predominante, é necessário explorar o impacto
desse uso na saúde mental, com destaque para os crescentes casos de ansiedade e baixa
autoestima entre os usuários.


“A constante exposição a múltiplas tarefas, informações e estímulos visuais cria uma
sobrecarga cognitiva que pode levar ao aumento da ansiedade. Além disso, o consumo
incessante de conteúdo nas redes sociais pode gerar gatilhos emocionais e estresse,
impactando a estabilidade emocional do indivíduo”, pontua a Dra. Karen Valéria da Silva,
coordenadora de psicologia de empresa pioneira em soluções de telemedicina no
país.


A especialista destaca ainda a natureza seletiva das mídias sociais, que levo o usuário a
comparar sua vida com os destaques das vidas dos outros. “Esse comportamento de
comparação pode levar a uma baixa autoestima, pois muitas vezes nos medimos em
relação às supostas vidas perfeitas que vemos online”, diz. Segundo ela, a busca
incessante por validação online pode minar a confiança pessoal e gerar sentimentos de
desvalorização.


Outro problema recorrente do mal uso das redes sociais é o cyberbullying que, apesar de
estar presente em todas as fases da vida, é ainda mais preocupante na infância e
adolescência. “A natureza impessoal da comunicação online pode levar as pessoas a
agirem de maneiras que não fariam pessoalmente, o que pode resultar em comentários
negativos, ataques pessoais e assédio”, revela.


Para minimizar esses riscos, algumas estratégias para um uso equilibrado das mídias
sociais podem ser adotadas. Confira seis dicas da Dra. Karen Valéria da Silva:
1. Autoconhecimento: Reflita sobre como as mídias sociais afetam você
emocionalmente e esteja atento aos momentos em que se sente ansioso, triste ou
inadequado após o uso. Isso permitirá que você tome medidas proativas para
minimizar essas emoções negativas.
2. Conteúdo positivo: Selecione cuidadosamente o conteúdo que você consome
online. Siga contas que promovam positividade – acima de tudo a positividade
realista, e não a idealizada e inalcançável –, bem-estar e inspiração. Reduza o

tempo gasto em plataformas que frequentemente desencadeiam sentimentos
negativos.
3. Limite de tempo: Estabeleça limites de tempo para o uso das mídias sociais. Utilize
ferramentas disponíveis em smartphones para rastrear e gerenciar seu tempo de
tela. Defina intervalos regulares de desligamento para permitir momentos de
desconexão.
4. Diversificação das atividades: Equilibre o tempo gasto online com atividades
offline significativas. Invista em hobbies, exercícios e interações sociais cara a cara
para promover o bem-estar geral.
5. Promoção da empatia: Ao interagir online, pratique a empatia e o respeito mútuo.
Lembre-se de que, do outro lado da tela, há seres humanos reais com emoções
reais.
6. Comunicação aberta: Caso seja vítima de cyberbullying ou experiências negativas,
fale com alguém de confiança. Não hesite em buscar apoio emocional, seja de
amigos, familiares ou profissionais de saúde mental.

Texto enviado pela profissional através de Agência de Notícias. E, como o Jornal de Saúde, preserva em suas publicações a ética da informação ao leitor, não é publicado nomes comerciais ou marketing editorial. Somente sob a descrição de Propaganda Científica ou Informe Publicitário.

Home Office: do trabalho dos sonhos ao pesadelo do adoecimento mental e o que as empresas podem fazer para mudar o cenário


Mariana Clark, psicóloga especializada em acolhimentos e perdas, fala sobre a relação entre trabalho em casa e saúde mental


Antes de 2020 era sonho de muita gente trabalhar de casa. O tão sonhado “home office” passou a ser realidade com a pandemia da Covid-18 e depois de quase dois anos de pandemia o sonho virou pesadelo: colaboradores estão ainda mais estressados do que se estivessem em escritórios, a liderança está despreparada para lidar com o trabalho remoto e, com isso, é cada vez maior o número de pacientes diagnosticados com algum transtorno psiquiátrico. 


Mariana Clark, psicóloga especializada em acolhimentos e perdas e uma das Embaixadora do Capitalismo Consciente, explica sobre o momento e como isso afeta líderes e colaboradores: “Muita coisa mudou desde o início da pandemia. Quando recebemos a orientação do trabalho remoto esperávamos que fosse apenas por uma quinzena. Começou, então, como uma relação de namoro: a maioria se apaixonou pela ideia. No entanto, 15 dias viraram quase dois anos e estamos começando a colher os frutos não só do isolamento, mas da dinâmica que se formou neste período. Se muitos achavam que teriam mais qualidade de vida, hoje percebem que trabalham muito mais e produzem - muitas vezes - menos”, relata a psicóloga. E qual seria a solução para este cenário? Acolhimento, segundo Mariana.


“O acolhimento inicial é da nossa realidade: não conseguimos dar conta de tudo. Casa, filhos, saúde, trabalho, pandemia. Querer equilibrar todos os pratos levará, certamente, ao esgotamento mental e acolher as nossas limitações e não tratá-las como fracasso é dar o primeiro passo rumo à uma saúde mental de qualidade”, explica Mariana. Além do acolhimento, a organização é uma atitude que pode - acredite - ajudar não só no aumento da produtividade, mas na diminuição das chances de crises de ansiedade causadas pelo acúmulo de trabalho: “Organização passa pela rotina da casa. Não podemos considerar que estamos vivendo grandes finais de semana, com todos - ou quase todos - em casa. A rotina pode ajudar a diminuir a ansiedade causada em ver coisas por fazer. Minha dica: estabeleça horários de trabalho, de pausas. Avise seus filhos que você precisa de X horas do dia com a casa menos agitada (isso impedirá que seu filho faça a prática da bateria durante o seu momento de produtividade, por exemplo). Aliás, liste todas as possíveis distrações em seu horário de trabalho e veja como você pode diminuí-las”, ensina a psicóloga. 


O papel dos líderes corporativos começa também no acolhimento e na compreensão: ainda que o colaborador esteja trabalhando de casa, o tempo que ele passava no trânsito ou em seu horário de almoço não significa, hoje, tempo extra de trabalho. “A dinâmica do trabalho deve ser mantida a mesma, não importa que hoje estejamos em casa. O horário de trabalho precisa ser respeitado e isso inclui não mandar mensagens às 23h esperando que sejam respondidas às 23h05”, fala Mariana. Além disso, é papel da liderança refletir nas intermináveis reuniões organizadas ao longo do dia que, na maioria das vezes, atende à máxima “Esta reunião poderia ter sido um e-mail”. Mas não é só isso. Mariana pontua a necessidade de manter vivo algo que foi perdido com o home office: o diálogo e o suporte. “Existe um mito de que funcionário em casa não precisa de suporte. Ele precisa e não só de suporte: cadeiras especiais para trabalhar que não comprometam a coluna do colaborador, um computador que funcione na velocidade correta para não atrapalhar a produtividade do dia, materiais de escritório que possam servir de apoio. Mas a verdade é que acima de tudo isso, os colaboradores precisam de suporte emocional’, diz.


Mudar este cenário de adoecimento mental também é papel - fundamental - das empresas e Mariana Clark compartilha algumas possíveis ideias para que as corporações cuidem de seus colaboradores:


  • Investir em programas de rede de apoio: abrir canais de comunicação para que os colaboradores possam ter um espaço de fala sobre suas angústias sem medo de julgamento ou sem ameaça aos seus cargos;
  • Promover rodas de conversa: ainda que online, a interação social é importante. Rodas de conversa que falem sobre saúde mental dão chance para que pessoas peçam por ajuda;
  • Criar ações de autocuidado: ginástica laboral, auxílio em atendimentos psicológicos e até pequenas surpresas no que diz respeito à alimentação, por exemplo, podem ser de grande valia a um colaborador que precisa de ajuda;
  • Acolher a dor: falar sobre as dores e ser escutado é um grande diferencial aos que precisam ter voz. As empresas ainda consideram tabu falar sobre morte ou perdas e ter um espaço de acolhimento à dor é fundamental para a queda deste tabu;


Sobre Mariana Clark:

Mariana Clark é psicóloga especializada em luto, acolhimentos e perdas. Durante muitos anos fez parte da área de Recursos Humanos de grandes corporações

PSICOLOGIA

Bhte, 03/09/21

Setembro Amarelo: síndrome da

cabana e saúde mental na pandemia

Entenda como tratamentos psicológico

e psiquiátrico são importantes para a prevenção ao suicídio 

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre adultos jovens em todo o mundo e é uma prioridade de saúde pública para a Organização Mundial de Saúde (OMS). "Estima-se que quase um milhão de pessoas tiram suas vidas a cada ano em todo o mundo, e países de baixa e média renda, como o Brasil, representam 75% de todos os casos. Por isso, o Setembro Amarelo é uma maneira de promover a conscientização sobre um assunto tão importante”, explica a médica psiquiatra e professora do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic.

Dra. Renata Rigacci Abdalla. 

De acordo com a especialista, as situações decorrentes da pandemia, como problemas econômicos, solidão e abuso de álcool e outras drogas, quando associadas ao estresse crônico e a outras doenças, podem despertar uma reação por parte do sistema nervoso central, contribuindo para o surgimento de sintomas de depressão e ansiedade. Alguns sentimentos, como preocupação, cansaço e tristeza, são comuns neste contexto de incertezas. Porém, quando esses sentimentos ficam intensos e duradouros, causam sofrimento e começam a interferir na vida como um todo - atividades de vida diária, relacionamentos sociais, desempenho na escola ou trabalho - é hora de procurar ajuda. “Sentimentos como falta de esperança e perspectiva para o futuro, dificuldade em sentir ânimo em atividades que antes eram prazerosas, são indícios de que a ajuda profissional é necessária”.


Síndrome da cabana

“Os primeiros relatos dessa síndrome foram datados em 1900, quando trabalhadores norte-americanos passavam longos períodos em suas cabanas esperando o inverno rigoroso acabar e, depois, tinham dificuldade de retornar ao convívio social. Atualmente, o nome dessa síndrome (que não é considerada uma doença) tem sido relacionado ao medo que algumas pessoas têm sentido ao sair de casa, após o período de isolamento social”, conta Dra. Renata Rigacci Abdalla. Segundo ela, sintomas como angústia, medo, inquietação, irritabilidade, alterações no sono, taquicardia, entre outros podem aparecer durante a retomada das atividades como vem acontecendo nas últimas semanas. “Quando esses sintomas são intensos a ponto de causar sofrimento e prejuízos significativos, é necessário buscar ajuda de um profissional especializado”.


Cuidado com o preconceito

A especialista explica que todas as pessoas podem, em algum momento da vida, desenvolver um transtorno psíquico. Apesar disso, ainda há um enorme preconceito em relação ao diagnóstico e ao tratamento de transtornos mentais, em que o sofrimento psíquico ainda é encarado como ‘fraqueza’ ou falta de controle, de empenho e de força de vontade. “Acredito que o principal motivo para esse estigma seja a falta de conhecimento e o melhor jeito de combater o preconceito é fornecer informações sobre transtornos mentais”, conta a médica.


Procure ajuda

Alterações de comportamento, abuso de álcool e outras substâncias, sintomas depressivos como tristeza, desesperança e ansiedade intensa são sinais importantes que indicam a necessidade de pedir ajuda. Quando esses sintomas são identificados, é importante saber que as pessoas não estão sozinhas. É fundamental acessar pessoas próximas e procurar atendimento especializado em saúde mental, como psiquiatras, psicólogos, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e, em caso de pensamentos suicidas, disque 188 para falar com os profissionais do Centro de Valorização da Vida (CVV). 

 

 

Bhte, 31/08/2021
 

SETEMBRO AMARELO COLOCANDO LUZ NAS

    DISCUSSÕES SOBRE O SUICÍDIO E O DESEQUILIBRIO MENTAL


Neste mês de setembro, temos a campanha do Setembro Amarelo que é voltada para a prevenção do suicídio. Muito se fala sobre o suicídio, mas quais as implicações? De que forma podemos ajudar um suicida em potencial? Como perceber atitudes que podem culminar nesta tragédia? Qual a faixa etária e gêneros mais afetados?

Vamos aos fatos e cuidados que podemos ter, mas deixando claro que, a prevenção do suicídio deve ser feita ao longo de todo o ano. Não é só no mês da campanha que devemos nos preocupar. Nosso olhar deve estar voltado para qualquer sintoma característico em relação a quem possa vir a cometer o ato. Sabemos que, no Brasil, a taxa de crescimento de casos de suicídio na faixa etária de 10 a 14 anos aumentou 40% em dez anos e 33,5% entre adolescentes de 15 a 19 anos.

Em média, dois adolescentes tiram a própria vida por dia, segundo pesquisas. Mas em geral, o suicídio pode afetar qualquer pessoa e nossos adultos estão também entre os maiores candidatos, atingindo um percentual em torno de 48% na faixa etária de 35 a 55 anos.


Já a sobremortalidade masculina foi superior a 2,7 suicídios masculinos para cada suicídio feminino. Entre os homens, os meios mais utilizados são o enforcamento (36,4%) e as armas de fogo (31,8%). Entre as mulheres predomina o envenenamento (24,2%), seguido pelas armas de fogo e enforcamento (21,2% cada). Onde a principal causa de morte por suicídio no mundo é a depressão.


Em algum momento de nossas vidas, pode ser que desconfiemos de que alguém próximo está pensando em suicidar-se em decorrência de um grande sofrimento. Diante dessa situação, o sentimento de impotência pode se fazer presente, fazendo-nos acreditar que não há como intervir, uma vez que a pessoa parece já ter decidido encerrar a própria vida. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa.


Converse diretamente com quem está sofrendo. Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procure saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente.


Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. Caso a pessoa se sinta à vontade para compartilhar o seu sofrimento, não é indicado: rechaçar (“Credo, isso é pecado!”), esboçar expressões de choque (“Não acredito que você tá pensando nisso!”) e reprimir, caso o choro venha (“Pra que chorar? Você sempre teve tudo do bom e do melhor!”).


É muito importante, deixar que a pessoa chore. O choro fará com que possa vir o sentimento de alívio e a sensação de esvaziamento da angústia do peito. A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Ela consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha.


Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos.


Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar de forma aberta sobre os seus planos de se matar e parecer estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Se você perceber que ela não se sente à vontade para se abrir, deixe claro que você estará disponível para conversar em outras oportunidades.


Existem infinitos motivos para um ser humano estar desesperançado o suficiente a ponto de querer acabar com a própria vida; em geral, pode ser por luto, depressão, transtorno de ansiedade, outras questões mentais, violência sexual, abuso durante a infância, fim de relacionamento, bipolaridade, bulling...


Empatia, funciona muito nestas horas. Ouça empaticamente. Tente se colocar no lugar da pessoa A dor não faz qualquer distinção. Todos podem ser acometidos por esse sentimento, independentemente de idade, ideologias, gênero, orientação sexual, nacionalidade, classe social e etnia. E quando essa sensação de desespero, desamparo, é profunda demais, a ponto de não ser suportada, os pensamentos suicidas ganham força.


Esse fardo é tão pesado que pode fazer com que a pessoa acredite que o suicídio seja a única maneira de se livrar dos problemas, julgando-se incapaz de suportá-lo e enxergando a vida como algo sem significado.


Alguém que tenha ideias suicidas deixa "pistas" de que anda passando por um delicado momento emocional. Contudo, é importante pontuar que os sinais variam de acordo com a personalidade do indivíduo. Um indivíduo fragilizado pela depressão ou qualquer outro problema emocional tem dificuldades para lidar com uma demissão, fim de um namoro (ou casamento) ou perda de um ente querido, por exemplo.


É comum que ele deixe de frequentar os lugares que costumava ir, abra mão de seus hobbies e perca o interesse em qualquer atividade que lhe dava prazer. Essa falta de interesse se manifesta, inclusive, no modo de se vestir. A pessoa passa a usar roupa velha, suja ou deixa o cabelo e a barba crescerem. 


Também é natural que tenhamos alterações de humor durante o dia. Você pode acordar mal humorado e melhorar o passar do tempo. Quando essa mudança é muito extrema, porém, o sinal de alerta deve ser aceso. Geralmente, quem tem inclinações suicidas é tomado por uma tristeza profunda, procurando o isolamento e se sentindo sozinho, mesmo quando está cercado por outras pessoas. Além disso, exibe sinais de vergonha e experimenta crises de raiva.


É importante que a pessoa que está com esses pensamentos saiba que não está sozinha e que pode contar com seu auxílio para superar esse desafio. Demostre amor e empatia por ela, procurando entender o que está acontecendo, sem fazer qualquer tipo de julgamento. Quem tem tendências suicidas sente-se envergonhado ou culpado por se encontrar nesta situação.


Esclareça que ela não precisa sentir culpa ou ter vergonha de estar assim. Problemas emocionais podem ser tratados. Reitere que há outras pessoas preocupadas e que ela pode contar com o apoio de todas elas, mas também deve procurar ajuda de um profissional, como um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra. Esse acompanhamento médico é importante para que ela veja que existem outras saídas para a situação que não o suicídio.


A melhor arma no combate ao sentimento de isolamento (um forte fator de risco) é o apoio emocional. Enfim, não devemos ter medo de falar sobre o suicídio. Algumas culturas e famílias tratam o suicídio como um tabu, evitando falar sobre o assunto. Existe um medo de que isso pode instigar pensamentos suicidas. Isso geralmente pode levar uma pessoa a nunca falar abertamente sobre a questão. Mas na verdade, ocorre o oposto; falar abertamente sobre suicídio pode fazer um suicida em potencial repensar suas escolhas. 


Acolha, demonstre apoio, tenha empatia e fique atento aos sinais que as pessoas podem nos emitir, demonstrando que algo está errado. O equilíbrio emocional é fundamental para afastar qualquer tipo de pensamento ruim. Mas sabemos que para atingir esse equilíbrio uma série de fatores estão envolvidos. Não deixe para o dia seguinte, se você pode acolher, ouvir e ajudar uma pessoa em sofrimento.


Muitas vezes, temos pessoas a nossa volta que estão sorrindo por fora, mas internamente, apresentam um psicológico abalado e fragilizado, e já não suportam mais a dor. Entendem que a melhor maneira de MATAR a dor é tirando sua vida. Uma solução definitiva para problemas temporários. Suicídio é coisa séria, não ignore os sinais. A melhor arma no combate a este mal é o apoio emocional.



 

Bhte, 24/08/2021


A relação do ser humano com a saúde mental mudou


Na semana em que se comemora o dia do psicólogo, 27 de agosto, os profissionais de saúde mental comemoram maior adesão da sociedade aos cuidados voltados para os transtornos e distúrbios psíquicos.


A pertinência maior da busca pelo profissional de saúde mental se deve ao fato de que estamos vivendo um momento pandêmico que, evidenciou o aumento do número de casos de doenças mentais por todo o mundo, elevando os números de atendimentos psicoterápicos.


Ou seja, vemos que aos poucos a relação do ser humano com a saúde mental mudou. Mas ainda é uma mudança tímida, pois somos cercados por uma cultura de abandono do doente psíquico. Uma realidade nua e crua, cercada por preconceitos sentidos na pele por quem enfrenta qualquer tipo de transtorno mental. 

 

Embora, o contexto atual venha, cada vez mais, protagonizando questões psicológicas em função do advento da internet e das redes sociais, historicamente a nossa sociedade desenvolveu-se fazendo vistas grossas para o preconceito em relação a pessoas que sofrem de transtornos mentais em que, inclusive, muitas passam por constrangimentos e são vítimas de abusos diversos.


Ao ponto de sentirem a necessidade de esconder que fazem tratamento psiquiátrico ou são acompanhados por um psicólogo, psicanalista ou psiquiatra, porque sabem que podem ser discriminados ou excluídos.

Por isso, é extremamente relevante a promoção de um maior engajamento da sociedade, através de um olhar diferenciado. Que seja uma oportunidade provocativa à reflexão sobre essa cultura que, na grande maioria das vezes, é negligenciada por tabus e preconceitos que devem ser desmistificados.


A linguagem da mente ainda é desconhecida para grande parte da população. As pessoas acreditam que, faz parte do rol de doenças mentais apenas os casos mais severos em que os sintomas são aparentes. Não compreendem que a ansiedade e a depressão também são problemas psíquicos, e que apresentam o maior índice de crescimento hoje entre as doenças mentais diagnosticadas. Inclusive, a depressão já é considerada a doença do século.


São muitos os pontos nevrálgicos envolvidos no tema, mas o estigma maior está associado a falta de conhecimento das pessoas que é o que, consequentemente, gera toda essa conotação negativa. O ser humano carrega crenças limitantes e conceitos enraizados e, culturalmente, rejeita tudo aquilo que desconhece. Além disso, a falta de uma estruturação eficaz sobre a cultura da saúde mental, associada à políticas públicas sistemáticas e consistentes, também contribui para agravar o problema.


Outro fator desfavorável é a desigualdade social que impossibilita o investimento pessoal em serviços de saúde mental de qualidade. São necessárias melhorias profundas nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) espalhados por todo país, para acolher o maior número de pessoas possíveis acometidas por transtornos mentais. Afinal, todos estamos sujeitos a sofrer com algum tipo de transtorno mental ao longo da vida.

Esse estigma precisa ser quebrado e combatido através da popularização de assuntos relacionados à doença mental. Promover o acesso à informação é um grande antídoto de combate à Psicofobia (medo exagerado ou irracional da mente/ preconceito ou discriminação contra pessoas com transtornos ou deficiências mentais).


Afinal, o grande entrave está no fato de que, doenças físicas são mais perceptíveis que as doenças psicológicas, o que torna os diagnósticos tardios por dificuldade em reconhecer a necessidade de ajuda.


O adoecimento mental traz uma certeza: sem saúde psíquica não existe paz, não há harmonia nas relações e nem energia para cuidar das coisas mais simples da vida. Além do mais, não há sossego para zelar por quem amamos. Esse cuidado com as dores da mente é um investimento urgente que gera bem-estar e equilíbrio ao ser humano.


Precisamos mudar nossa forma de pensar em relação a quem faz tratamento e acolher essas pessoas, pois se as feridas do seu próximo não te causam dor, a sua doença é mais grave do que a dele. Visto que, terapia não é coisa de maluco. É um ato de autocuidado e autoconhecimento. Como seres únicos estamos sempre em busca de sustentação e capacitação para uma vida saudável.


Mas, essa plenitude está muito além apenas do controle físico e orgânico, a parte emocional também requer uma atenção especial e um olhar afetuoso. De forma prática, quanto mais falamos sobre nossos sentimentos, mas conscientes ficamos de nossos vazios e das nossas forças. Afinal, quem cuida da mente, cuida da vida. 


A terapia traz alivio do estresse, das tensões cotidianas, além de auxiliar na resolução de conflitos e alterações de caminhos. São muitas as questões mentais que devem ser tratadas e acompanhadas, como: Depressão, transtornos generalizados de ansiedade, Síndrome de Burnout, hiperatividades, dislexias, esquizofrenias, fobias, pânicos em geral, Transtorno Borderline, alterações severas de humor, bulimias, estresse, dificuldades de enfrentamento do luto, anorexias, psicopatias, autismo, transtornos obsessivos compulsivos, dentre outros.


Mas, assim como definido pela própria OMS – Organização Mundial de Saúde, não podemos esquecer que o conceito de saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doenças ou demais enfermidades.


Portanto, celebrando o dia do profissional de saúde mental - o psicólogo – torcemos para que a reflexão sobre a data e o tema, desperte uma mudança ainda mais significativa da visão da sociedade sob os aspectos mentais. E que, de alguma forma, provoque uma total abertura na mente das pessoas para que compreendam a gravidade de todas estas questões. Visto que, momentos de dor, conflitos, tristezas, dúvidas e angústias são comuns ao ser humano, mas nem todos conseguem enfrentar com equilíbrio.


É preciso se familiarizar, promover e buscar um melhor entendimento sobre termos como: “saúde mental”, “saúde emocional”, “sentido de vida”, “qualidade de vida” e “harmonia nas relações humanas”. Que cada indivíduo compreenda a urgência de um relacionamento genuíno consigo e com um profissional de saúde mental para descobrir tendências naturais que o levem de encontro ao desenvolvimento pessoal, objetivando a superação de conflitos, traumas ou dificuldades emocionais.


Dra. Andréa Ladislau

Psicanalista

 

Bhte, 17/06/2021

Como a ansiedade e o estresse impactam a fertilidade

 

De acordo com uma recente pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), o Brasil lidera uma lista de 11 países com mais casos de depressão e ansiedade durante a pandemia. Segundo o estudo, o Brasil é o país que apresenta mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%); em segundo lugar ficou a Irlanda, com 61% das pessoas com ansiedade e 57% com depressão, e em terceiro aparecem os Estados Unidos, com 60% e 55%, respectivamente.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), antes da pandemia, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo e também apresentava a maior incidência de depressão da América Latina, impactando cerca de 12 milhões de pessoas.

 

Em meio ao cenário de incertezas por conta da covid-19, é inevitável a sensação de fragilidade e impotência. Para mulheres que estão tentando engravidar, a ansiedade do momento atual é um grande obstáculo para comemorar o teste positivo. Segundo a Dra. Fernanda Torras, ginecologista e obstetra, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), da SMB (Sociedade Brasileira de Mastologia) e ABCGIN (Associação Brasileira de Cosmetoginecologia); a relação entre patologias somáticas e psíquicas vem sendo estudada há décadas e estão cada vez mais atreladas.

 

“Em relação à fertilidade, inúmeros são os fatores que podem alterá-la. No entanto, 5% a 15% dos diagnósticos de infertilidade são denominados ‘infertilidade sem causa aparente’ (ISCA), em que não encontramos uma causa orgânica associada. No universo da psicologia, por muito tempo, alguns casos de infertilidade sem causa aparente foram associados a conflitos inconscientes em relação à gestação e à maternidade, principalmente, relacionados à figura materna e ao medo de reproduzir um modelo tido como ruim. Considerando a interação corpo-psiquismo, supõe-se que a infertilidade tem causa combinada, onde o psíquico influencia no corpo biológico, assim como o sofrimento do corpo influencia na mente”, explica.

 

Diversos estudos relatam que o estresse e a ansiedade, como no momento atual, podem alterar certas funções fisiológicas relacionadas à fertilidade, formando um ciclo vicioso que se retroalimenta, pois a infertilidade e seus tratamentos podem causar graves danos psicológicos ao casal.

 

Segundo Fernanda Torras, o núcleo arqueado, localizado no hipotálamo, é o principal local de produção do hormônio GnRH, essencial no funcionamento do eixo hipotálamo-hipofise- ovário, que induz a ovulação e, assim, o ciclo menstrual. O núcleo arqueado recebe vários circuitos neuronais do sistema límbico, responsável pelas emoções, que podem modificar a intensidade e a frequência dos pulsos de GnRH.

 

“A alteração desses pulsos leva a inibição do eixo hormonal que estimula o ovário, explicando as várias formas de alterações menstruais observadas em mulheres submetidas a fortes impactos emocionais. Na dependência da intensidade e duração desses estímulos, as mulheres podem, inclusive, desenvolver amenorreia hipotalâmica funcional ou anovulação crônica hipotalâmica”.

 

Outros estudos observaram que estressores físicos ou emocionais atuam sobre o hipotálamo, alterando a secreção de fatores liberadores ou inibidores de hormônios hipofisários. Em estudo realizado em 2011, com mulheres que estavam começando a tentar engravidar, utilizou-se os biomarcadores cortisol e alfa-amilase salivar como medida de estresse dessas mulheres, que foram acompanhadas por um período de 12 meses.

 

“O resultado revelou que mulheres que apresentaram níveis de estresse mais elevados (evidenciados através do exame de alfa-amilase salivar) acabaram reduzindo sua fecundidade em 29%, comparado ao grupo de mulheres com menor nível de estresse, além de apresentarem 2 vezes mais riscos de infertilidade”, revela Fernanda.

 

Segundo a ginecologista, nos homens, foram encontrados prejuízos na fertilidade em função da ansiedade, uma vez que níveis mais altos de ansiedade e estresse podem mudar a função testicular por alteração na produção de testosterona e pelo menor volume seminal e contagem, concentração e motilidade dos espermatozoides. Outro efeito nocivo do estresse é a queda no desejo sexual (libido) e alterações na ereção, diminuindo o número de relações sexuais do casal.

 

Em relação à Fertilização in vitro (FIV), que é um dos principais tratamentos para a infertilidade, a literatura revela que a ansiedade, e também a depressão, não estão relacionadas a resultados negativos no tratamento de FIV. No entanto, observou-se que as falhas de tratamento podem ocasionar ansiedade e depressão.

 

Fernanda Torras conta que diversos pesquisadores da área utilizaram anteriormente o "Inventário de Ansiedade Traço-Estado IDATE" para avaliar como a ansiedade poderia influenciar o eixo hipotálamo-hipófise-ovário. As avaliações apontam que quanto maior o grau de ansiedade, avaliado por esse método subjetivo, menor a chance de gravidez em mulheres submetidas à inseminação artificial.

 

“O trabalho psicológico deve sempre ser orientado, buscando ajudar os pacientes a enfrentarem todo esse processo. Entretanto, a influência dos estados psicológicos sobre a função reprodutiva apresenta um perfil multifatorial, sendo difícil determinar relações lineares de causa e efeito. Além disso, as alterações hormonais ao estresse dependem do grau de ansiedade do indivíduo, sendo observadas respostas hormonais mais intensas quando há maior grau de ansiedade. Saber que há diversos tratamentos para infertilidade pode diminuir a ansiedade, melhorando as perspectivas em relação à concepção”, finaliza Fernanda Torras.

 

Bhte, 27/05/2021

Antes que seja tarde 

*Por Ana Cristina Ribeiro Zollner* 

 

Mais de um ano de isolamento social, sem grandes perspectivas de uma volta à normalidade e com uma terceira onda de contágio pela Covid-19 a caminho. Imagine como está a cabeça das nossas crianças e adolescentes, que deveriam estar levando uma vida mais livre, de convivência com os amigos, da proximidade tão natural à infância, de descobertas e no auge de seus questionamentos em grupo. 

 

A fase que engloba o desenvolvimento dos 5 aos 17 anos é delicada, e a adolescência é ainda mais complexa, pois é quando os pequenos – quase grandes – passam a não se identificar mais com o universo infantil, mas também ainda não são adultos, e precisam da coletividade, da troca, para buscar suas referências no sentido de definir a própria identidade. Com o isolamento, esse processo está interrompido ou, no mínimo, dificultado. A falta de interação e o consequente sentimento de solidão são fatores de risco importantes para a depressão. 

 

Uma pesquisa recém publicada pelo Instituto de Psiquiatria da USP, mostrou que, num universo de quase 7 mil crianças e adolescentes (com idade entre 5 e 17 anos), 26% apresentam sintomas clínicos de ansiedade e depressão, ou seja, há uma necessidade premente de atenção a esta situação e a consideração, por parte de familiares e educadores, por buscar atendimento especializado. Os resultados prévios do trabalho, que teve início em meio à pandemia, em junho do ano passado, indicaram que 13% dos jovens se sentem solitários, 23% dormem depois da uma hora da manhã, 48% não se exercitam e 37% estão sem uma rotina definida.  

 

Segundo a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana de Saúde, braço da OMS na região), as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. Além disso, os dados apontam que metade de todas as condições que refletem na saúde mental começam aos 14 anos de idade, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada.  

 

A OMS aponta ainda que, em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes, sendo o suicídio a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos. 

 

É necessário, assim, um esforço da sociedade, juntamente com uma parceria família-escola, para promover um trabalho com foco na saúde mental dos adolescentes para ajudá-los a superar o período de pandemia e garantir uma vida saudável, produtiva e que seja próspera. Estamos falando do futuro da humanidade, então não dá para ignorarmos este fato e não ajudarmos nossas crianças agora.  

 

Um fator importante a ser considerado, além do estado de pandemia, é que os problemas relacionados à depressão e ansiedade em adolescentes não é de hoje. Outro estudo, realizado pelo Instituto Ayrton Senna e que ouviu, em novembro de 2019 – antes da pandemia, portanto, 110 mil estudantes, do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, revelou que 29,72% dos alunos disseram ter sofrido zombarias, intimidações ou humilhações nos 30 dias que antecederam o estudo. Isso reforça que um trabalho de atenção socioemocional a indivíduos nessa faixa etária exige também um planejamento das escolas no sentido de promover a aceitação, inclusão e capacidades socioemocionais nas crianças, sempre em parceria com a sociedade e a família. 

 

Sabemos que muitas questões afetam esse grupo de diferentes maneiras, que economicamente falando não se trata de um grupo homogêneo, então é importante levarmos em consideração as vivências e realidades de cada criança. Algumas perderam familiares, ou mesmo o pai ou a mãe. Outras passam por dificuldades financeiras. O adolescente oriundo de família de baixa renda, por exemplo, com certeza não teve o direito ao isolamento e muitos estão assumindo a responsabilidade de ajudar no sustento da família ou na casa. Qual é o impacto disso a longo prazo? Infelizmente, para muitos jovens, adolescer significa se tornar responsável pelos irmãos menores. Por isso, olhar individualmente para cada um deles faz toda a diferença neste momento. 

 

Por outro lado, posso afirmar que um ponto todos têm em comum: o impacto da falta de socialização nesta fase crucial de desenvolvimento na formação da identidade. Todos vão sair desse período de pandemia com dificuldades maiores do que teriam normalmente. A vida em si já é um desafio, mas o que testemunhamos agora não tem precedentes. Todas as questões de autonomia e desenvolvimento do senso de si serão prejudicadas. E nosso papel, como profissionais da saúde, pais e responsáveis, é de estarmos alertas e agirmos de forma rápida se necessário. 

 

Sei que não é um momento fácil para ninguém. Todos estamos muito ansiosos com o futuro e temos as nossas próprias questões a resolver. Mas é fundamental olharmos de verdade para os nossos filhos e criarmos espaços de diálogo. Antes que seja tarde demais. 

 

 Ana Cristina Ribeiro Zollner é bioeticista, pediatra e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa  

 

Bhte, 10/04/2021

 

 

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                                                                 Matheus Campos


ARTIGO:

Janeiro branco: unidos em prol da saúde mental

 

Petrus Raulino, médico psiquiatra pela Unicamp e responsável pelo Serviços de Interconsulta em Psiquiatria do Vera Cruz Hospital e do Vera Cruz Casa de Saúde, rede Hospital Care HUB Campinas

 

Precisamos começar pelo mais importante: não há saúde sem saúde mental. A saúde mental é a base para nossa capacidade humana de pensar, emocionar, interagir, apreciar e ganhar a vida. Cada vez mais a sociedade toma consciência de sua suprema importância. Temos que falar mais dela, especialmente em ano de pandemia em que há uma crise global de saúde.

 

Certamente a saúde mental é mais do que a ausência de transtornos mentais. Mas os transtornos mentais – incluindo crises emocionais ou comportamentais – corroem profundamente a saúde. As mais recentes evidências científicas apontam os transtornos mentais como causa significativa de ônus por doença no mundo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas por ano.

 

O ônus por doença é medido pelo número de anos de vida perdidos para uma doença. É calculado somando-se os anos de vida perdidos por incapacidade aos anos de vida perdidos devido à mortalidade prematura para uma dada doença. Os transtornos mentais são a causa de 13% de todo o ônus por doenças no mundo e 32% dos anos perdidos por incapacidade. A depressão é associada à maioria dos anos perdidos por doença, principalmente devido à sua natureza cronicamente incapacitante.

 

 

As estatísticas colocam os transtornos mentais em um distante primeiro lugar no ônus por doença em termos de anos perdidos por incapacidade, e no nível das doenças cardiovasculares e circulatórias em termos de ônus por doença no mundo. Tais estimativas têm chamado a atenção para a importância do impacto dos transtornos mentais para a saúde. Ainda assim, é provável que o ônus dos transtornos mentais seja subestimado por causa da frequente desconsideração que é feita sobre a conexão entre transtorno mental e outras condições de saúde – juntamente com a ideia falsa de que fatores contextuais ou mentais não alteram o organismo biologicamente.

 

Há muitos mitos em torno da natureza dos transtornos mentais. Um deles é que atividade mental e cérebro são separáveis. Mas eles são interconectados. Erramos menos quando entendemos isso. Atividade mental tem lastro no cérebro biologicamente ativo. Os fatores externos são, portanto, gatilhos para o organismo ativar – ou não – processos biológicos que podem se converter em transtornos como depressão ou ansiedade.

 

Outro mito frequente: a identidade de alguém com transtorno mental é só o transtorno e nada mais. Nada mais longe da realidade. A identidade total de uma pessoa vai muito além do transtorno. É perfeitamente possível alguém ter sintomas compatíveis com um transtorno e, ao mesmo tempo, ter qualidades, capacidades positivas ou competências. Um processo terapêutico adequado leva em conta a identidade total da pessoa.

 

Perdemos muito com transtornos mentais não tratados. São 30% dos adultos afetados por algum transtorno mental ao longo da vida. Com informação adequada, precisamos combater o estigma que leva à falta de tratamento adequado. A saúde mental é um pilar fundamental para a saúde

NE> Informações de Agéncia de Assessoria de imprensa

 

Bhte, 11/09/20

Prevenção ao suicídio na infância e adolescência: precisamos falar sobre isso

Durante a edição do Setembro Amarelo e em tempos de pandemia, Pequeno Príncipe alerta sobre casos registrados e promove live sobre o assunto

 

 

Durante a edição do Setembro Amarelo, movimento mundial de prevenção ao suicídio, o Hospital Pequeno Príncipe, referência em atendimentos dessa natureza, alerta para os casos registrados de autoagressão e tentativa de suicídio entre crianças e adolescentes. O contexto da pandemia COVID-19 associado ao isolamento, as incertezas, ao medo de perder entes queridos e a recessão econômica podem tornar vulneráveis crianças, adolescentes e suas famílias. Este cenário tende a suscitar ou agravar o sofrimento e consequentemente os problemas de saúde mental, em especial a depressão e ansiedade, aumentando o risco do comportamento suicida.

No Pequeno Príncipe, de janeiro a agosto desse ano, já foram atendidos 12 casos de tentativa e ideação suicida e autoagressão contra oito casos registrados durante o mesmo período do ano passado, um aumento de 50%, com maiores incidências no mês de abril e agosto.

Considerada uma ferramenta importante de comunicação e fortalecimento de laços sociais durante o isolamento, a interação online de crianças e adolescentes merece atenção especial de pais e responsáveis, especialmente ao uso das mídias virtuais com conteúdo sobre o comportamento autolesivo e suicida. Páginas de Facebook, Instagram, grupos de WhatsApp e outras mídias digitais possibilitam tanto a construção de vínculos, o compartilhamento de experiências e a oferta de apoio, quanto podem contribuir para a normalização de comportamentos autolesivos.

E embora a autoagressão seja frequentemente um comportamento velado, a criança ou o jovem pode dar sinais sutis de que precisa ajuda como:

• Irritação ou agitação excessiva da criança ou adolescente;

• Sentimento de tristeza, baixa autoestima e impotência;

• Tentativas prévias de suicídio;

• Relatos de violência psicológica (humilhação, agressões verbais), física, sexual ou negligência;

• Problemas de saúde mental da criança, do adolescente e/ou de seus familiares, especialmente a depressão e ansiedade;

• Uso de álcool e/ou outras drogas;

• Histórico familiar de suicídio;

• Ambiente familiar hostil;

• Falta de suporte social e sentimentos de isolamento social;

• Sofrimento e inquietações sobre a própria sexualidade;

• Interesse por conteúdos de comportamento suicida ou autolesão em redes sociais virtuais.

 

Bhte, 23, 2019

“Crianças obesas são 63% mais suscetíveis a sofrerem bullying”

 

Segundo especialista que participou do XXIII Congresso Brasileiro de Nutrologia da ABRAN e que ressaltou as abordagens mais importantes para as crianças e tratamento profissional de obesos.

Os verbos apelidar, xingar, ofender, zoar, enganar, ignorar, intimidar, apertar, zoar, perseguir, gozar, assediar, beliscar, morder, aterrorizar, chutar, provocar, amedrontar, cuspir, sacanear, tiranizar, humilhar, dominar, empurrar, ridicularizar, ferir, discriminar, isolar e excluir fazem parte da rotina de, aproximadamente, 40% crianças brasileiras, que possuem sobrepeso ou obesidade e são vítimas de bullying. O assunto foi abordado no simpósio “Repercussões psicológicas da obesidade na infância”, ministrado pela psicóloga, Carla João Nogueira de Almeida, no XXIII Congresso Brasileiro de Nutrologia da ABRAN.

A obesidade infantil é um dos mais sérios desafios de saúde pública do século. No Brasil, um em cada cinco estudantes apresenta sobrepeso ou obesidade. Crianças obesas têm prejuízos significativos no funcionamento físico, escolar, social e emocional. Uma pesquisa desenvolvida no Brasil apontou que crianças obesas e com sobrepeso apresentaram redução de 21% na qualidade de vida no âmbito social em relação às crianças não obesas.

 “Um dado alarmante é que o estudo, Findings from the National Education Association’s Nationwide Study of Bullying, feito com 1.555 crianças e 5.064 professores e educadores, aponta que quanto maior o Índice de Massa Corporal (IMC), maior a probabilidade dessa criança ser vítima de bullying. O que agrava a situação é que dos entrevistados que sofreram bullying o tempo da vitimização se estendeu por mais de 5 anos”, declara a psicóloga.

Segundo a especialista, desde cedo, as crianças atribuem estereótipos negativos à criança obesa. “Há estudos que comprovam claramente a atribuição social de aspectos cognitivos positivos na magreza e negativo nos indivíduos de peso corporal maior”.

A estigmatização de pessoas com obesidade é generalizada socialmente e pode causar muitos danos a quem sofre com a doença. O estereótipo do indivíduo com excesso de peso preguiçoso, lento e sem motivação é frequentemente propagado e tolerado. Há equivocadamente a crença de que o estigma e a vergonha motivarão as pessoas a perderem peso, como se fosse apenas uma questão de boa vontade. O que ocorre, no entanto, é o efeito rebote. Essa retaliação moral não provoca mudanças positivas. Ao contrário, o estigma contribui para incitar comportamentos como compulsão alimentar, isolamento social, restrição a tratamentos médicos, diminuição da atividade física e aumento do ganho de peso, que pioram ainda mais o quadro de obesidade e criam barreiras adicionais à mudança de comportamento saudável.

Na pré-escola as crianças já começam atribuir estereótipos negativos a pares com tamanhos corporais maiores. Na escola primária, estereótipos negativos, baseados no peso são comuns. 

De acordo os dados do Ministério da Saúde: a obesidade atinge 13% dos meninos e 10% das meninas de 0 a 17 anos no Brasil.

“É um ciclo de falta de apoio. Muitas vezes os pais, professores e médicos não conseguem entender que por trás da obesidade existe um ser humano em sofrimento e que outras questões estão associadas à doença”. Carla ainda ressalta a importância da abordagem multidisciplinar para identificar as possíveis causas e em conjunto estabelecer uma abordagem terapêutica compatível com as necessidades de cada criança.

Apesar de muitos profissionais de saúde buscarem estratégias e recursos eficazes para lidar com a epidemia da obesidade, muitas vezes já estão contaminados pelo estereótipo negativo do obeso. Então, como mudar esse cenário? Estudos recentes apontam recomendações no sentido de: melhorar o cenário clínico; modelar as práticas de comportamento e linguagem adequadas para abordar o tema; ser empático ao receber as crianças, jovens e suas famílias; averiguar se o paciente está passando ou passou por alguma situação discriminatória em virtude da obesidade e treinar os profissionais de saúde continuadamente para acolher sem julgamentos prévios.

 

Carla Cristina João Nogueira de Almeida cursou Psicologia e Direito na Universidade de Ribeirão Preto. Atualmente exerce a função de Psicóloga Clínica com abordagem em psicoterapia psicanalítica, de crianças, adolescentes e adultos.   

Bhte, outubro, 03, 2019

E você, se importa com os outros?

 

Por Elaine Di Sarno,

psicóloga com especialização em Avaliação Psicológica e Neuropsicológica; e Terapia Cognitivo Comportamental.

 

Você já reparou como as pessoas se importam cada vez menos com os problemas dos outros? Pior, mal olham para quem está ao seu lado? A passividade atual da maioria das pessoas, mesmo diante de situações chocantes, ocorre por uma padronização do individualismo radical e extremista no qual o outro é visto como alguém a ser usado ou deixado de lado, dependendo da capacidade que esse outro tem de satisfazer a nossas necessidades pessoais. Logo, a incapacidade de agir é um reflexo desse modo de pensar atual.   

 

Essa inércia da população está ligada ao individualismo essencial da pós-modernidade em que vivemos. Isso seria um problema psicológico se considerássemos a sociedade como um todo. Por que houve esse crescente individualismo? Um dos maiores escritores de todos os tempos, Dostoiévski, sustentava que os valores morais só podem existir com o alicerce religioso. Portanto, a queda da religiosidade atual explica, em parte, o predomínio do pensar só em si mesmo.

 

Mas, felizmente, há o outro lado da moeda. E o que leva algumas pessoas a ajudar é a capacidade diferenciada de se relacionar com o outro, de postar-se como se estivesse naquele lugar e buscar ajuda, de sair do alienamento individualista que beira um “autismo”.

 

É preciso descobrir a verdade sobre si mesmo e sair da alienação individualista que a sociedade tenta nos imputar nos dias atuais. Só aquele que consegue saber sua verdade pode despojar-se de si mesmo para olhar e ajudar o outro. A história mostra que as pessoas mais humanitárias que existiram foram aquelas que sabiam sobre os seus desejos, que sabiam quem eram e que não se perdiam dentro de um labirinto interno egoísta e autocentrado.  


 

Bhte, Março 23, 2018

Psicólogo Reginaldo T.Coelho, de renome internacional, comenta sobre Terapia Intregrativas no SUS-Sistema Único de Saúde


No mês de março, mais 10 terapias, chamadas de integrativas, ou complementares, foram incorporadas no SUS-Sistema Único de Saúde, isso suscitou, dúvidas sobre eficácia e financiamento. Portanto, nada melhor, do que os esclarecimentos de quem lutou quase a vida toda por isso.


Reginaldo Teixeira Coelho, psicólogo e especializado em Análise Bioenergética, Psicologia Transpessoal, Cinesiologia Clínica e Constelações Sistêmicas, recebeu o Jornal de Saúde, para explicar melhor sobre a implantação de mais 10 terapias integrativas ao SUS-Sistema Único de Saúde.

Régis na Itália, em região montanhosa, lugares acolhedores e pitorescos



Régis, como é mais conhecido, é hoje, um dos melhores terapeutas de Belo Horizonte/MG., com alunos de pós-graduação em Brasília e diversos terapeutas em formação na Itália, Argentina e Brasil. Onde leciona todos os anos com várias turmas, em cursos de duração trienal.


Reginaldo Coelho, comentou a entrevista do Ministro da Saúde, para a Band, onde os entrevistadores, dois jornalistas, fizeram perguntas incisivas sobre as terapias e o financiamento dessas terapias. Onde pegou o gancho e relembrou que há 6 anos atrás defendeu em Congresso de Terapias Integrativas no SUS-Sistema Único de Saúde, em Brasília, em plenário, o tema Constelações Sistêmicas, mais conhecida como Constelação Familiar de Bert Hellinger, do qual ele é o principal precursor no Brasil. Até nesta época a Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia e outras terapias, tinham sido reconhecidas, num total de 19 terapias, agora como mais 10, aprovadas na semana passada, soma-se 29 terapias.


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao iniciar a formulação de respostas aos jornalistas, começou com a indagação sobre o CFM-Conselho Federal de Medicina, que está, quase que totalmente contra a aplicação das terapias integrativas pelo SUS. Isso fez Reginaldo Coelho, relembrar que este mesmo Conselho quando da implementação da Homeopatia e da Acupuntura, a primeira teorizada e praticada por Samuel Hannemann e segunda, técnica milenar da medicina oriental e indiana. O Conselho Federal de Medicina, reivindicou estes saberes, e que somente os médicos pudessem praticar a acupuntura devido ser evasiva, sangrar gotículas, mínimas de sangue. E, a Homeopatia, que chamavam de água que não curava nada, inócua. 


Eles aderiram depois que essa prática já era consagrada por mais de 200 anos, testada por Hannemann, nele mesmo e depois, em milhares de pacientes. Mas, vários outros conselhos reivindicaram e assim no final temos médicos acupuntores e homeopáticos, mas também podemos ter terapeutas não-médicos com formação reconhecida.

O psicólogo Reginaldo Teixeira Coelho, com amigos na Alemanha, Richard Hoffmann, Jakob Schméider, (Em pé) Sietlinder, Maria da Itália e Régis



A acupuntura, por exemplo, relembra, historicamente, remonta de 4 mil anos, sistematizada no período do Imperador Amarelo e sua raiz vem da medicina dos Xamãs orientais, também a  tradicional indiana a Ayuvérdica, que remonta, segundo a história, uns 10 mil anos. A acupuntura foi expandida por todo o oriente, especificamente, a China por Monges e curandeiros taoistas que desenvolveram o sistema de pontos, meridianos e sua reflexologia com órgãos e glândulas, propiciando o restabelecimento hormonal e funcional de todo o corpo humano através da energia.


Os jornalistas,  nesta entrevistas, da Band pareciam ser monitorados pela direção  estavam com o diretor no ponto, -escuta de ouvido onde o diretor fala as perguntas que o apresentador, tipo boneco, precisa fazer. O ministro com muita calma e educação, afirmou que não pode confundir a Opinião Pública com o assunto de quem vai financiar as terapias integrativas. E, chamou, o repórter de ''querido'', este respondeu que não era querido do ministro, mas a tensão se dissipou, porque o ministro continuou a explicar como se faz o financiamento.(Assista na íntegra ao terminar o texto).


Reafirmou, o que já ocorre com a atenção básica, com o financiamento e investimento feito pelos municípios, estado e repasses federal. Além disso, existem programas para se formar técnicos e enfermeiros, como também médicos. Como os que atendem em casa nos PSF-Programa de Saúde Familiar. Isso ocorre em 40 mil postos de saúde espalhados pelo Brasil, afora, que é realidade nos bairros e favelas de todo o Brasil, praticamente e que funcionam. Além disso, a informatização está sendo aprimorada a cada dia, como a do medicamento, a pessoa, agora já possui acesso, para saber se tem o medicamento, através do computador com seu Posto de Saúde, além de marcações de consultas e retornos tudo através do celular.


Ele completou e deixou tudo bem, esclarecido para os repórteres que não quiseram entender, a questão básica, que ninguém quer ou vai substituir tratamentos oncológicos e de doenças graves por  terapias integrativas. O ministro também, talvez, por falta de conhecimento, como os jornalistas, não soube explicar, conforme explica Reginaldo Coelho, que as práticas naturais, não concorrem com a medicina, a medicina que concorre com as terapias. As terapias são todas naturais e usam a natureza, desde a energia, as emoções e já existem na humanidade desde os princípios dos tempos.


Atroposófia entre métodos


O ministro para encerrar o assunto, e os repórteres fizeram outras perguntas sobre febre amarela, disse que nenhum centavo será investido na saúde, desviado ou gasto com a implementação das terapias integrativas entre elas: Reiki, que é prática japonesa pensada por Mikail Isui, monge japonês, que é imposição das mãos, nos chakras, não é, simplesmente imposição de mãos, possui efeitos semelhantes aos de massagem, até mesmo da acupuntura e possui símbolos energéticos. Como também, a Constelação Familiar que é um método psicodramático de se ver dentro do sistema familiar e como este atua sobre nós muitas vezes a destinos trágicos devido ao não respeito as leis naturais feito pelos nossos ancestrais.


As terapias integrativas, explica Reginaldo Coelho, não é um "saco de bondade" que o governo brasileiro resolveu abrir. Elas são usadas na Europa e outros países e há duas décadas para cá, estão sendo resgatadas, praticadas e com muito sucesso. A fitoterapia, por exemplo. 


Régis na cidade de Gênova, atrás uma abóboda climatizada de plantas naturais

Na foto, Régis aparece em uma redoma,( porto antigo de Gênova, Itália) é nada menos do que um local aclimatado para produzir plantas medicinais para diversos tratamentos. E, a OMS- Organização Mundial de Saúde, apoia, literalmente as terapias integrativas e todos os programas desde que os países e estado sejam responsabilizados pela implementação que requer desde protocolos técnicos quanto à higiene e capacitação de pessoal. Leia essa outra matéria,(No término deste texto), somente sobre o que a OMS, pensa e recomenda e aprovou sobre as terapias integrativas e a Europa pratica e forma terapeutas sérios, éticos e competentes, há anos.


A luta no Brasil, em Belo Horizonte, remonta a mais de 20 anos, onde ele, Paulo Noleto do Imam ( Instituto mineiro de acupuntura e massagem)  e muitos outros terapeutas históricos, sempre lutaram para conservar a acupuntura para os terapeutas. A medicina, depois explico melhor, diz Régis, age mais contundentemente do que a Igreja com seus dogmas e proibições, hoje tem o monopólio do nascimento e da morte dos indivíduos que não se explica porque tanto poder. 

A medicina queria acabar com a acupuntura de vez, como não conseguiu lutou de forma sórdida e aprovou em instâncias onde domina deputados e senadores, que a acupuntura fosse praticada somente por médicos. Mas, há ainda, a luta pelos terapeutas que, os bem formados, possam através de bons cursos, trabalhar como terapeutas, que não tem nada a comparar com a medicina, atual. 


Estes movimentos estão acontecendo em diversos países do mundo, mas não temos uma resposta final de como irão se estabelecer. Mas, o Brasil agora dá um salto nos detentores da maior fauna e flora do planeta; não devemos estar nas nãos das multinacionais da bioquímica que circulam com mais da metade do dinheiro do mundo. Lógico esta mentalidade não vai abrir mão deste poder facilmente porque detém as mentes de médicos, cientistas todos financiados pôr elas além dos centros de pesquisas, universidades e o sistema legislador das associações médicas que zelam por seus interesses.


O psicólogo e terapeuta Reginaldo Coelho,  relembra ainda e bem lúcido, que a visão dele, atual, é  de que há muito tempo, é a de desarticular  o monopólio da doença e da morte, com isso também as multinacionais da doença e da morte. E, lembra, historicamente quem começou isso em 1910, a família Rockffeller, bilionário norte-americano, que investiu na indústria farmacêutica e atrelou o ensino, doutrinou professores de medicina, de farmácia. Enfim, tudo que se relacionasse com doença e medicamentos, ele e suas pesquisas estavam presentes e monopolizavam, as patentes, e “obrigavam” a prescrição de fármacos, como se faz, até hoje.


Pode se afirmar, que o capitalismo selvagem, norte americano, através, desse empresário que previa lucros sobre lucros destruiu a medicina natural com ervas e plantas, a homeopatia, a acupuntura e todas as praticas de terapias integrativas. Temos no Brasil, na América Latina, exemplos de povos, dizimados que tiveram seus curandeiros tratados como bruxos, muitos foram assassinados pelas comunidades enfurecidas.


No código penal brasileiro consta como charlatanismo, curandeirismo as práticas de pais de santo, que indicam plantas e ervas medicinais, cultura vindas da África, aprendizagens indígenas, nações de mais de 4 milhões de índios, que viviam e não morriam podres de cânceres e usavam plantas, verduras, frutas para se curar, pedras quentes, banhos em rios e cachoeiras, o barro cozido com ervas. E, muitas outras técnicas primitivas, a maioria corretas, algumas descartadas pelos métodos e falta de higiene segura.


Esse tipo de capitalismo que promove a doença, a morte, mesmo o paciente tomando remédios, fazendo cirurgias. Mesmo com hospitais, exames, lugares, estes que ganharam o mundo, nas Guerras Mundiais, onde os soldados precisavam ser remendados e mandados de volta para o campo de batalha ou para casa, mutilado, sem olho, perna, sem braço, ou seja, um morto vivo.


Régis, pensa e afirma, o ser humano, não é apenas, carne, sangue, osso, pele e pelos. Está mais além disso, todos sabem, mas se embrutecem. O ser, tem sentimentos, emoções. Mais, ainda a cura energética começa a ocorrer, como a doença, também, no campo emocional, mental e  espiritual além do astral.

Então, as terapias energéticas foram substituídas por centros de saúde, upas, hospitais, exames de laboratório e todo o aparato que temos hoje. Mas, se utiliza apenas de técnicas que podem no primeiro instante resultarem em acertos, mas se a pessoa ficar somente nessa mão vai se tornar químico dependente de remédios. As terapias integrativas trabalham com todos os elementos da natureza, sutis e até mesmo espirituais, ou o homem não tem alma e espírito, é somente matéria, indaga Régis.


Em 1915, século passado, Rudolf Steiner, com a medicina Antroposófica, que os remédios precisam ser feitos de forma alquímica para usar e despertar a quintessência da natureza, usar a energia na sua totalidade. Não em larga escala industrial, onde um remédio é testado para 3 mil pessoas e depois milhões de pessoas são receitadas e quase que obrigadas a tomar, porque o laboratório e o médico, tal, que às vezes ganha, bolsas de aperfeiçoamento, no exterior, PHDs, e outros agrados, receita o paciente.

Essa quintessência é a energia da terra, do ar, da água, do fogo, do metal. Os efeitos danosos da química, é comprovada, sob obrigação legal, nas bulas de remédios, efeitos colaterais e adversos, o primeiro que pode desarranjar o fígado, rins e outro, que pode competir e até provocar a morte, como os cardíacos que tomaram a pilula azul, que com o nitrato dos remédios para o coração, enfartou muitos pela Europa afora e no Brasil. O problema cardíaco, advém dos rins, pressão alta e vários outros fatores.


Reginaldo aprofunda mais e cita “Vivemos a vida muito em quantidade, mas perdemos a qualidade. As pessoas com 60 ou 70 anos, atualmente apresentam doenças auto-imunes estranhíssimas. Sem contar, com a “praga” moderna do Mal de Alzheimer de de Parkinson. O ser humano é composto de corpo físico, emocional, etérico, mental, causal, celestial.

E, segundo, a organização septenária, ou seja, os 7 chakras ou centros de forças que compõem nosso corpo energético, que sempre foram descritos, pelas grandes tradições da humanidade pela sabedoria, vedantas-verdades-, taoismo, xamanismo, alquimia, antroposofia. Entra em correspondência com princípios quânticos e sistemas vibracionais e o paradoxo de manifesto e não-manifesto.


No século XX, Sigmund Freud, neurologista e psicólogo, alemão, postulou que a maioria de nossos comportamentos são movidos pela força do inconsciente, sensações invisíveis. A mente decarteana e mecanicista, que reinou, principalmente com a filosofia de Renné Descartes, filósofo francês do séc. XVII, que dominou os meios científicos, se viu enormemente ameaçada além de terem postulado o ''penso logo existo''  que é uma aberração do mental, pois existimos antes da formulação do pensar.


O golpe final a este pensamento dominante adveio com Albert Einstein, matemático e físico, alemão, naturalizado norte-americano, devido a Segunda Grande Guerra Mundial, que formulou a Teoria da Relatividade, estudada através da fórmula E=MC2 (E, ou Energia, igual a Massa vezes Aceleração ao quadrado). Em palavras, todos vivemos no universo vibracional, nada está parado, a matéria vibra, possui energia, “onde há matéria, há energia, por isso são a mesma coisa.”.


São várias frequências ao mesmo tempo, por essas pesquisas e outras que se encaminharam através dessa teoria, é que tudo mudou, principalmente em nível energético em relação ao que antigamente movia  o mundo ao fogo, velas, gás, luz do sol.


Hoje, podemos, é realidade factual, nos comunicar a distância através de ondas eletromagnéticas que podem carregar zilhões de informações, dados, filmes. Essas coisas há 100 anos atrás eram ficções, ou ninguém imaginava, que a humanidade poderia estar conectada em tempo real, praticamente em todo o planeta.


Reginaldo Coelho, pensa que nesse contexto, surge a importância do terapeuta, tanto em resgatar todo o conhecimento energético do processo de saúde, de manter o corpo físico disposto, com energia e equilibrado. Para tanto, é preciso muito estudo, não parar, continuar sempre aperfeiçoando seus conceitos, constantemente.

Não só cursos básicos, onde muitos fazem cursos de fim de semana, acham que podem sair e se transformar no terapeuta do momento. Não é assim, os estudos são permanentes e há uma enorme “bagagem” de conhecimento a ser entendida e compreendida pelo estudante-terapeuta e vivenciado pelos terapeutas, posteriormente.


Isso faz com que o modo de diagnóstico e o de prognóstico, sejam sempre baseados em princípios estudados, aprofundados e as fontes são desde e a filosofia, a espiritualidade e as fontes energéticas naturais do planeta. Existem muitos cursos com conteúdo e bons programas. Mas, é preciso, que o terapeuta tenha em mente que existem os superficiais, seriam espécie de cursos que visam ganhar o dinheiro e apenas orientar a pessoa para a existência e apresenta apenas as possibilidades e deixam mais dúvidas do que solução.

Por isso, surgem tantas dúvidas à imposição de mãos, sobre as plantas medicinais, seus efeitos colaterais, que são mínimos, mas que muitos insistem em comparar com a química pesada e moderna. E, tantos, outros.


Ele ainda, chama a atenção, e aprofunda, sobre o terapeuta e o terapeuta consciencioso, aquele que tudo quanto ele faz com seu cliente, ele já experimentou nele mesmo, sabe quais os benefícios. Como isso pode ser colocado no limbo do charlatanismo e do curandeirismo?

A ressonância está para a psicologia humanista e com o movimento humanista onde grande nomes lutaram, formularam pesquisas, como: Carl Rogers,  Carl Gustav Jung e Fritjof Kapra, os mais expoentes homens que colocaram a terapia a serviço da humanidade como o terapeuta a serviço da terapia.


Todos eles sempre enfatizaram “ O único processo de sermos bons terapeutas é termos passado pelas terapias, ter experimentado, experienciar em si e não usar os outros como cobaia, objeto de experimento e de seu interesse”. Podemos relembrar os testes de cosméticos com animais, de remédios e do placebo, onde uns tomam drogas e outros, não. Remédios vendidos para milhões de pessoas e formulados e testados em apenas 3 mil pessoas. Os resultados são muitas da vezes,  bizarros e sem fundamentos.


Como pode a ciência médica moderna enterrar a medicina tradicional chinesa, por exemplo, que foi elaborada há 4,5 mil anos atrás. Onde o Imperador Amarelo, reuniu em seus reinos, todos aqueles que tratavam as pessoas, curandeiros, raizeiros, médicos, xamãs – mais conhecidos, como benzedores. Com isso, ele fundou o primeiro sistema holístico de tratamento, com o detalhe, todos fundamentados na física, nos cinco elementos da natureza, no homem e na mulher, nos animais e nas plantas, na água e nas pedras, na terra e no ar.


É tão forte estes conceitos, que o revolucionário Mao Tse Tung, quando liderou a Revolução Chinesa, em 1959, não conseguiu mexer em nada nos ensinamentos dos sábios da MTC-Medicina Tradicional Chinesa. E com isso ele preservou os ensinamentos e ainda fundamentou os terapeutas ou médicos de Pé descalços. Sem saber, ele não deixou que multinacionais da química invadissem a China, seus lares e envenenassem seu povo. Foi um dos maiores legados dele, talvez, sem a percepção de século e destruição que a medicina e os laboratórios modernos trazem com a química pesada.


O psicólogo, relembra mais uma vez que o Sistema de Medicina Indiana, conhecido com Ayuvérdica, remonta há 10 mil anos, quando estabelece os vedas-verdade, em sânscrito. Também todas pensadas pelos filósofos, sábios, médicos da época, curandeiros e que trata, 2/3 da humanidade. E, usa, sistemas de interpretação para classificar as pessoas, segundo suas emoções, características familiar, pele, olhos. Enfim, estuda o ser como um todo,  o todo, como um ser. Enquanto que a medicina atual é reducionista, atomicista e desvincula da totalidade, só atua na Europa e nas Américas, o Brasil, infelizmente, o continente Sul, está nesse barquinho, que cada vez mais afunda, pois está cheio de buraquinhos que se tapam, mas aparecem outros. A medicina indiana interpreta através dos modelos de Pita, Vatta e Kapha, diagnósticos conhecidos como Dosha, na línguagem indiana.


Hoje, se pensarmos bem, tudo caminha para que mais do que é previsto pela OMS-Organização Mundial de Saúde, os 10% de pessoas, do planeta, que adoecem e precisam de tratamentos mais prolongados. Tudo indica, que o modelo capitalista de consumo, de uso e até mesmo de abuso, dos recursos naturais, dos fósseis para gerar energia, e nos sufocar pelas chaminés, com energia queimando com petróleo nas termo-elétricas, mais caras e poluentes. Os carros de passeio, os ônibus, caminhões e utilitários. Tudo nos fazendo respirar pela pele, pelos olhos, pelo nariz, a fumaça, que impregna pulmões, sangue, coração, cérebro.


O modelo da indústria farmacêutica, que investe milhões e ganha bilhões de dólares. No Brasil, remédios que na Europa custam 5 euros, aqui o brasileiro paga mais de R$ 200,00, simples e eficaz, remédio para o fígado. Isso chama-se monopólio e domínio das multinacionais, o país vendido para as grandes empresas em grandes negociatas, na sonegação de impostos, em privilégios de terrenos e financiamentos pelo BNDES, ou seja, dinheiro público. Tudo para  inviabilizar investimentos em infraestrutura, urbanização das favelas e periferias e municípios.


No Brasil, chegam a canalizar fontes de água natural e cobrar pela água potável com “drogas” para limpar essa água. Na Inglaterra devido o alto consumo do Prosac, já se encontra vestígios dessa droga na água que chega na torneira para todos os londrinos.


A luta mundial, dos últimos, 50 anos, não é mais “romântica” como a Revolução francesa, e tantas outras pelo planeta. A luta, não é modelo econômico, é sair desse envolvimento político, onde os Estados compactuam, com os capitalistas selvagens. No Brasil, estamos evidenciando isso com a Operação Lava Jato, no país não existe política partidária. Existem candidatos comprados por empresas, por grupos de empresários de dentro e fora do país que elegem de vereadores a deputados estaduais e federais, senadores, presidentes, ministros, juízes do Supremo Tribunal Federal, Procurador Geral da República, que manipulam todos os conceitos, todas as Leis, que mudam a Constituição, quando eles querem, como foi feito na Venezuela, como na Bolívia, na China, na Rússia, na Turquia. Todos estes governos oprimem, e entorpecem, seus povos pelo poder, pelo dinheiro das grandes empresas petrolíferas, que já está superada.


Entrevista com Reginaldo Teixeira Coelho, CRP – 04/1321


- Escreveu Compêndio de técnicas holísticas no tratamento da contra dicção -dependência química, sistêmica, análise bio-energética e terapia comunitária.

Livro:

As pontes do psicodrama

Constelações familiares junto com Pierre Weill e seus amigos terapeutas, pela a Universidade da Paz.

- Capítulo sobre psicologia Transpessoal.

- Vários filmes, está disponibilizado no youtube, editados como: Novas cartografias da consciência, rito Xamanismo.

Atualmente ele é vice-presidente da Associação Brasileira de Constelação Sistêmica, a presidente é a Adhara Vieira.


Reginaldo Coelho, é especializado em:

Análise Bioenergética, Psicodrama, Psicosíntese, Cinesiologia aplicada a Medicina Chinesa e Constelações Sistêmica.


Atualmente é docente de Pós-graduação na Escola Federal de Saúde Pública, em Brasília.


Assista a entrevista com os jornalistas, ilustrou em parte essa entrevista, não foi sua origem:  Luiz Megale e Julia Duailibi



Leia ainda qual a opinião através de ampla discussão e pesquisa da OMS-Organização Mundial de Saúde n link abaixo:




Marcelo dos Santos - jornalista - MTb 16.539 SP/SP


 

 

Abril 19, 2017

Qual deve ser a rotina de filho com Transtorno de Déficit de Atenção, dicas profissionais

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), também conhecido por Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), acomete de 3% a 5% de todas as crianças do mundo, segundo estudos da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Caracterizado por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, o transtorno tem causas genéticas e, geralmente, aparece na infância e acompanha o indivíduo ao longo de sua vida.


Pensando em auxiliar as mamães que tem filhos nas mesmas condições, a Julyana Mendes, , compartilha sua rotina nas redes sociais. Seu filho Luís Felipe, de 13 anos, foi diagnosticado aos 6. Na época, ele não conseguia se concentrar nas tarefas em sala de aula e tinha dificuldades de relacionamento com os colegas.


“Ele tinha dificuldades de se concentrar e realizar tarefas simples, como ficar sentado enquanto o professor explica o conteúdo. Era setembro, final do ano letivo, e ele ainda não estava alfabetizado. Após o diagnóstico, Luís Felipe passou a ser medicado e, em dois meses, foi albetizado. Ao longo dos últimos anos, temos realizado várias tentativas de adpatação até chegarmos na medicação mais adequada, com o auxílio de neuropediatras, psiquiatras e psicólogos. Hoje ele é uma criança ativa e disciplinada”, explica Julyana.


Além da importância de se procurar auxílio médico e tratamento adequado para as crianças, é preciso que a família se envolva no tratamento, buscando estratégicas que complementem a medicação.


“Eu mesma descobri que sofro do mesmo distúrbio, após conhecer melhor sobre a doença. Portanto, sugiro aos pais reforçar o que há de melhor na criança, não comparar seu filho com outros, cobrar empenho e não resultados e elogiar são algumas das atitudes que os pais podem adotar para contornar a situação.  Outra medida que adotamos com nosso filho foi um espaço exclusivo para estudos, em que o ensinamos a não interromper suas atividades e a finalizar tudo o que começa”, conta Julyana.


Além dessa, outras dicas podem ser encontradas nas páginas da @Mãe de Sete nas redes sociais, nas quais Julyana compartilha sua rotina de mãe de sete filhos.

 


 

Abril 11, 2017

Descubra maneiras de combater a ansiedade de forma saudável

A ansiedade tem por característica o excesso de preocupação, e que muitas vezes pode levar a fugir do controle da situação, seja ela no ambiente profissional ou pessoal. Muitas vezes as pessoas ficam ansiosas por algo que ainda não aconteceu. Ficam imaginando coisas sobre tal situação e então caí naquela lenda do “E se...”. A ansiedade também pode significar que algo bom irá acontecer com você, como a chegada de um novo membro na família ou então uma sonhada viagem, mas não podemos ficar somente nessa projeção. Temos que viver o hoje e presente nesse momento, para que quando eu chegar lá esteja tudo sob controle, conforme imaginado.

“Independentemente do que está causando a sua ansiedade, essas sensações podem não ser tão favoráveis, por isso, é importante saber reconhecer estes sinais”, afirma a coach de realização pessoal e profissional, Luciane Cadan.

Pode parecer estranho, mas o que caracteriza uma pessoa ansiosa é o fato de pensar. Pensar demasiadamente no futuro. Ansiando por coisas boas ou ruins, os ansiosos pensam demasiadamente, o que os coloca em um eterno labirinto principalmente projetando os acontecimentos futuros, seja de forma negativa ou positiva. É a vontade de saber e controlar o futuro o que, normalmente, vem em conjunto a pensamentos negativos e projeções de situações. ​

​Segundo Luciane, preocupar-se com o futuro é importante, mas a partir do momento em que essa preocupação lhe causa incômodos, é necessário dar uma atenção maior para que esse sentimento angustiante seja cessado. ​

Antes de qualquer coisa, o mais importante é:

Encontrar a raiz do problema. O que está, de fato, causando a ansiedade. Pare de tentar controlar o futuro. A solução só existe a partir do momento que existe um problema. Se o problema não existe, ainda não existe a possibilidade de solução.  É importante se programar? Sim, mas aceite que existem situações que estão fora do seu controle. Além disso, se estiver passando por algum problema, muitas vezes não terá a possibilidade de mudar a sua situação, mas você tem o poder de mudar a sua postura e o modo de encará-la. Pergunte-se se suas preocupações são realmente necessárias.

Valorize o presente e o dia de hoje, viva-o e aproveite-o a cada instante. Medite, esvazie a sua mente, corrija a sua respiração e permita as energias positivas entrarem, libere as negativas.

Organize-se. A ansiedade também é causada pela preocupação com tarefas do dia a dia, e se você adia sempre estas tarefas, acaba se estressando pensando no que deveria ter feito e deixou para depois.  Se você é uma pessoa metódica e se preocupa com o futuro, crie uma agenda e anote todos os compromissos e tarefas, isso ajudará a ter uma melhor visibilidade dos seus dias.

Valorize-se. A ansiedade faz com que acreditemos que não somos capazes de conseguir realizar nossos objetivos e sonhos. Você é capaz, sim. Acredito em você mesmo.

Pratique exercícios físicos. Além de ser uma distração, o hormônio da endorfina liberado após uma atividade física traz a sensação de bem-estar, o que aliviará o sentimento de angústia causado pela ansiedade. Além disso, a partir do exercício físico, a norodrenalina e a serotonina, que auxiliam no equilíbrio do humor, são estabilizadas. E alimente-se bem.

Converse com alguém. Pessoas que enxergam as situações de um ângulo diferente podem te mostrar como a sua perspectiva sobre tal coisa pode estar sendo distorcida por você mesmo. Cultive o hábito de pensar positivo.

A ansiedade somente será positiva caso te ajude a resolver algum problema. Caso contrário, só lhe trará angústia, palpitações, insônia e doenças crônicas. Para livrar-se da “doença do século”, como alguns especialistas a apelidaram, em primeiro lugar você deve observar-se, e a partir do momento em que nota que os seus pensamentos negativos e os problemas são projetados por você mesmo, é hora de mudar os hábitos e cuidar da sua saúde física e principalmente a mental. Equilíbrio é tudo! ​

 

 


 

Março 22, 2017

Mulher & Gestação: a metamorfose do corpo e da mente


Nem sempre gravidez e autoestima caminham juntas


A gestação é um momento muito especial na vida da mulher, repleto de realizações e alegrias, mas nem sempre os nove meses de espera são vivenciados com toda esta plenitude de sentimentos. Além da preocupação com o desenvolvimento saudável do bebê, as transformações fisiológicas vivenciadas pela futura mamãe muitas vezes interferem na forma como ela se relaciona com as pessoas de seu círculo de convivência e, sobretudo, com o seu próprio corpo.

Além da barriga, que não para de crescer, das alterações nas mamas e na pele, muitas mulheres tendem a ficar indispostas e apresentam náuseas, vômitos e sonolência. Outros sintomas bastante comuns são: urinar com frequência, dores de cabeça, tonturas, inchaço, oscilação da pressão e dores na coluna, falta ou excesso de apetite, assim como aversão ou desejo por determinados alimentos. “Muitos destes sintomas desaparecem a partir do terceiro mês de gestação. As náuseas, por exemplo, ficam mais esparsas devido à redução fisiológica do valor de beta-HCG”, explica a ginecologista Regina Paula Ares.

É importante ressaltar, porém, que, além das mudanças físicas, o período gestacional traz algumas alterações psíquicas, até então desconhecidas, pois cada gestação traz seu grau de aprendizado, tornando-se um grande desafio para a mulher. “Questões muitas vezes sem respostas levam a procura por livros que tragam um conforto e direcionamento durante o tempo de espera. As variações hormonais também têm a sua parcela de contribuição para isso, mas algumas gestantes sentem uma angústia muitas vezes difícil de nomear”, ressalta Silvana Souza Silva, psicanalista.

“É um momento importante que deve ser vivenciado com sabedoria, porém delicado, pois gera uma ambivalência de emoções entre completude e falta. A insegurança, medos, sendo eles do momento do parto ou sobre como educar o seu filho, ansiedade e a preocupação com as mudanças do corpo são queixas comuns das pacientes nestas condições. Estes sintomas são manifestações inconscientes e caso não sejam entendidos ou tratados adequadamente podem desencadear o que conhecemos como depressão pós-parto, por exemplo”, reitera a psicanalista.

Segundo a Dra. Regina, é imprescindível que o profissional de saúde que está acompanhando o pré-natal mantenha um olhar permanente para a estabilidade psíquica da mulher e para a manutenção da sua autoestima. “Manter-se constantemente informada, investir em uma alimentação saudável, evitando, assim, o sobrepeso, e ter um acompanhamento psicológico, são fatores essenciais para que a gestação transcorra com tranquilidade e que a futura mamãe chegue plena ao momento do parto e consiga fortalecer os seus relacionamentos pessoais, ao invés de comprometê-los”, reforça a médica.

Alguns cuidados também estão ao alcance da própria gestante. “Por conta do estiramento natural da pele durante os noves meses de gravidez, neste período podem aparecer as temidas estrias, que comprometem e podem causar danos permanentes na autoestima da mulher. Como esta circunstância já é previsível, o problema pode ser evitado ou amenizado com o uso de cremes hidratantes específicos, potentes e seguros para mamãe e bebê”, destaca Dra. Regina. Nesse sentido, cuidar-se não é só uma questão de saúde e estética. “Antes de ser mãe, ela tem uma feminilidade latente. Manter a autoestima é fundamental para que ela consiga exercer plenamente a diversidade de papeis exigidos dela na sociedade moderna”, destaca.

"Acolher a metamorfose do corpo, entender as manifestações inconscientes como sendo algo natural, agir com aceitação e tranquilidade e não se deixar paralisar pelo medo são os melhores caminhos para esperar e receber o seu bebê”, finaliza Silvana.


 

Fevereiro 10, 2017

8 reflexões para manter o corpo e a mente em equilíbrio na busca da perda de peso


 

*Por Dr. Odair Comin

Para você, alimentar-se é um ato racional ou emocional?

De acordo com dados do IBGE, a cada dez pessoas, seis estão acima do peso, o que totaliza mais de 80 milhões de brasileiros. Já uma pesquisa do Instituto de psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, realizada em 2013, aponta que aproximadamente 12% da população brasileira é ansiosa, o que representa um universo de 24 milhões de brasileiros com ansiedade patológica. Estima-se, ainda, que 23% da população brasileira terá algum tipo de distúrbio ansioso ao longo da vida. 

A incessante busca pelo corpo ideal faz com que muitos esqueçam que a questão do ganho de peso, grande parte das vezes, está relacionado a algum distúrbio de caráter emocional e para encontrar o equilíbrio do corpo, antes é preciso resgatar o centro da mente.

Veja, alguns pontos que devem ser refletidos por quem objetiva a perda de peso:

  • Forma ideal para seu corpo: os espelhos da sua mente refletem o melhor ou o pior de você? Como você costuma se ver? Quando você busca emagrecer, dentro da sua mente cria-se um caminho em busca de um corpo ideal e de uma estética ideal, apenas, para seu corpo. Você realmente quer isso? Reflita: você quer alcançar um peso ideal ou acessar a estética ideal? Ponha-se em movimento em busca de novos hábitos alimentares e de exercício e não apenas de refletir a imagem desejada.
  • Autorregulação: o corpo se autorregula e a maior interferência nesse processo é da própria mente. É preciso romper com essa interferência e estabelecer uma nova relação entre corpo e mente. Quando se come por questões emocionais, por desejo ou quando se come aquele prato ou doce preferido é a mente interferindo no papel do corpo. O corpo precisa de nutrientes, vitaminas e proteínas para se nutrir. A mente precisa de um prato especifico, provar isso ou aquilo, ter prazer com o que come.
  • Alimentação saudável: tudo o que você é, aprendeu a ser. Tudo o que acredita é porque conheceu como verdade. Da mesma forma, tudo o que você come, as escolhas que faz, os gostos que tem é porque aprendeu. Para mudar é preciso aprender algo novo e hábitos mais saudáveis podem ser adquiridos naturalmente. Muitos alimentos são carregados de emoções, por isso parecem prazerosos. Alimentos saudáveis produzirão outros impactos dentro do corpo e te retribuirão com um organismo saudável. Simples assim!
  • Escute seu corpo: seu corpo fala, preste atenção. Ele dirá o que é realmente importante e necessário. Seu corpo é seu templo e você encheria um templo sagrado de lixo? Então não faça isso com seu organismo. Faça uma autorreflexão e ofereça a si mesmo a alimentação saudável que merece.
  • Estética do organismo: muitas vezes esquecemos de olhar para o corpo como organismo. A beleza desse organismo é construída com alimentos saudáveis, vivos e que trazem energia. Cuide do seu organismo como cuida da estética visível.
  • Pensar magro: tenha clareza de que as necessidades do corpo são diferentes das necessidades da mente. O corpo tem fome de comida, a mente tem fome de pensamentos. E tão melhor se forem pensamentos saudáveis e tão melhor se forem alimentos saudáveis.
  • Prepare-se para emagrecer: no processo de perda de peso, as emoções mais profundas serão trazidas à tona e as motivações mais profundas produzirão mais combustível para essa jornada. Seu corpo sabe o que você precisa e sua mente também. O equilíbrio dos dois auxiliará para que seu objetivo seja alcançado gradativamente e naturalmente. Lembre-se que essa é uma jornada longa e nenhum resultado será obtido da noite para o dia. Sair da zona de conforto é o grande desafio.
  • Cultura alimentar: cada um nasceu em um meio específico e criou as próprias crenças alimentares. O alimento que recebeu quando criança construiu impressões. Novos conhecimentos produzem mudanças e desconstroem crenças antigas. Que tal ressignificar sua cultura alimentar? Repense nos alimentos saudáveis que não são tão atraentes aos seus olhos, pois são estes que irão auxiliá-lo na busca da perda de peso.

Não existe fórmula mágica na busca da perda de peso, mas o equilíbrio entre o corpo e mente está muito próximo disso, apesar de ser extremamente desafiador!


*Doutor Odair Comin é psicólogo.

 


 

5 dicas de como controlar a ansiedade

*Por Dr. Odair Comin

A ansiedade está cada vez mais presente na vida dos brasileiros, prova disso é que cerca de 23% dos brasileiros passa por algum quadro de transtorno ansioso em algum momento da vida, aponta um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O transtorno ansioso pode apresentar-se por meio de fobias, síndrome do pânico e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que podem ser causados pela decorrência de traumas infantis, doenças pré-existentes, estresse, privação do sono, depressão, abuso de substâncias tóxicas e até mesmo por motivos genéticos.

Ela precisa ser tratada na medida em que afeta a vida pessoal ou profissional do indivíduo e traz sofrimento considerável ou cause outros problemas.

Veja 5 dicas de como controlar a ansiedade:

  • Conexão com o presente: o ansioso normalmente está com a mente no futuro, por isso a mudança de hábitos é essencial. Conectar-se com o presente por meio de pequenos exercícios rotineiros é uma forma efetiva de controlar a ansiedade. No momento da refeição, ao escovar os dentes ou tomar banho, faça de forma consciente e envolva-se com o momento. Esvazie a mente e concentre-se no presente.
  • Tecnologia: o acesso irrestrito à tecnologia e a aderência a tantos gadgets acabam por potencializar a ansiedade. Se fizer o exercício de desligar-se por um momento, perceberá que basicamente nada mudará na vida, por isso determine uma quantidade certa de tempo para estar conectado e aproveite o tempo desconectado para praticar atividades que lhe proporcionem prazer.
  • Sono: a ansiedade é a principal causa da insônia, pois a mente fica muito ligada, tão conectada com o externo que não consegue desligar-se para dormir. Por este motivo, o ideal é que se crie um ritual do sono, ou seja, desconecte-se da tecnologia ao menos duas horas antes de dormir, estabeleça um horário para dormir, não faça alimentações pesadas no jantar e busque atividades que relaxem nesse período.
  • Especialistas: a ansiedade pode ser tratada de forma medicamentosa, mas tudo depende do quadro e da análise médica. Outra possibilidade é o trabalho terapêutico, que pode ser feito para controlar a ansiedade pela mente e não pelo corpo.
  • Meditação: a meditação tem como objetivo diminuir a intensidade dos pensamentos, diminuir até o mínimo possível, chegando muito próximo do pensar em nada, o que produz uma profilaxia mental, servindo para a manutenção cerebral. É uma forma efetiva de entrar em contato com você mesmo e ter maior autocontrole. Com os avanços tecnológicos é possível praticar a meditação guiada sem sair de casa, o que é uma ótima opção para aqueles minutinhos antes de dormir.

Se tratada de forma correta, a ansiedade pode ser controlada e o paciente que apresenta quadro ansioso pode ter uma vida tranquila e normal.

*Doutor Odair Comin é psicólogo

Quer dormir melhor, aprimorar sua memória, gastar mais calorias, aumentar

sua imunidade? Faça sexo

Em meio ao alvoroço com o trailer do 50 Tons de Cinza, especialista enumera os benefícios a saúde dessa pratica prazeroza

 

Dr. Fabio Cardoso defensor e polemista sobre sexo

O ato sexual é tópico diário para grande parte da humanidade, assuntos ligados a sexo sempre despertam interesse, não é a toa que um dos filmes mais aguardados do ano é 50 Tons de Cinza, adaptação do best-seller escrito pela britânica E.L. James e o lançamento de seu primeiro trailer passou a ser um dos temas mais comentados do momento. Direta ou indiretamente, pensamos e falamos nele o tempo todo (ou quase). Exagero? Pode até ser, mas o fato é que além de muito prazeroso, ele também gera muitos benefícios à saúde como nos explica a seguir Dr Fábio Cardoso especialista em medicina preventiva, longevidade e antienvelhecimento.

A melhora da qualidade do sono, a redução do risco de doenças cardíacas e a diminuição das chances de ter câncer de próstata são apenas alguns dos benefícios oferecidos pela prática de sexo  é o que apontam diversas pesquisas realizadas sobre o assunto em diversos lugares do mundo.

Para o médico, sem efeitos secundários, e com muito poucas contraindicações, de fácil acesso, grátis e eficaz, é sim um excelente remédio, assim como o exercício físico. Ele revitaliza o corpo, alivia o stress, excita e aguça a mente, e ainda consegue prevenir muitas doenças.

O assunto não é novo (óbvio), mas nem mesmo nos meios acadêmicos. Em 1975, a Organização Mundial de Saúde publicou um trabalho sobre esta matéria"Education and Treatment in Human Sexuality: The Training of Health Professionals" onde defendiam que a saúde sexual era um dos aspectos mais importantes e positivos do ser humano, devendo a sexologia ser encarada como disciplina autónoma. Felizmente que a partir desta data, os estudos nesta área tem vindo a desenvolver-se sem preconceitos ou tabus.

Da mesma época, um estudo realizado pela realizado nos EUA correlacionou a frequência de atividade sexual das pessoas e a taxa de mortalidade geral e por várias causas. E descobriram que ter uma vida sexual ativa e frequente faz você viver mais.

Probabilidades de morrer de acordo com a vida Sexual e outros fatores de risco.

Frequência de orgasmos

Risco relacional de mortalidade

Baixa

Média

Alta

Para todas as causas de falecimento

1,9

1,6

1

Por doenças do coração

2,1

1,8

1

Por outras causas

1,6

1,5

1

 Vivo por mais tempo e com um melhor humor. Outra pesquisa realizada pela Durex Global Sex Survey, por exemplo, mostrou que o sexo melhora o humor para 63% dos homens e 72% das mulheres. Não é coisa de filme americano…

Ficou curioso para saber quais os benefícios que a prática do sexo oferece para a saúde? Dr Fábio as enumera a seguir:

Fortalece os músculos pélvicos

Um benefício inesperado do sexo é que ele pode evitar a incontinência na terceira idade, principalmente entre as mulheres.

Reduz o risco de câncer de próstata

Ejaculações frequentes, principalmente nos homens mais jovens, podem proteger contra os tumores na glândula após os 50 anos. Neste caso, o ideal é fazer sexo ao menos 3 vezes por semana para reduzir o risco de câncer por um terço. O estudo foi publicado no 'Journal of the American Medical Association'. Outra pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, mostrou que ter, em média, 21 ejaculações mensais reduz em até 33% os riscos de câncer de próstata.

Fazer sexo pode ser tão eficaz para eliminar calorias quanto a corrida

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Quebec, no Canadá, uma hora de atividade entre quatro paredes queima quase a mesma quantidade de calorias que 30 minutos de corrida na esteira. O estudo constatou que homens gastam 120 calorias em meia hora de sexo, enquanto as mulheres eliminam 90.

Sexo melhora a memória e torna as pessoas mais inteligentes

Segundo uma pesquisa da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, o sexo pode tornar a pessoa mais inteligente e melhorar a memória de longo prazo. Um estudo em ratos de meia-idade constatou que eles fabricaram mais células cerebrais no hipocampo, onde as memórias de longo prazo são produzidas, após o acasalamento. Os cientistas também ligaram a atividade sexual frequente com o aumento da capacidade intelectual. No entanto, os benefícios foram perdidos ao impedir o coito.

Protege o coração (vida sexual ativa reduz o risco de doença cardíaca)

Uma boa vida sexual faz bem ao coração. Além de ser uma ótima maneira de aumentar a frequência cardíaca, o sexo ajuda a manter o estrogênio e os níveis de testosterona em equilíbrio. Quando tais hormônios estão em baixa há mais riscos de ocorrer osteoporose e doenças cardíacas.

 E para os mais velhos? Pessoas mais velhas podem achar que uma sessão mais quente pode aumentar o risco de derrames, mas isto raramente é o caso, comprovaram pesquisadores na Inglaterra. O estudo, publicado no 'Journal of Epidemiology and Community Health', mostrou que não há relação entre os dois. Eles comprovaram também que manter relações uma ou das vezes por semana pode diminuir o risco de infartos pela metade nna população acima dos 60 anos.

Relações sexuais aumentam a imunidade

Pesquisadores da Universidade Wilkes, da Pensilvânia, descobriram que estudantes universitários que mantiveram relações sexuais uma ou duas vezes por semana tinham níveis mais elevados do anticorpo que protege contra germes, vírus e outros invasores em comparação aos estudantes que fizeram sexo com menos frequência. Uma vida sexual ativa aumenta os níveis de um anticorpo conhecido como IgA, que protege o corpo de infecções como as gripes e os resfriados.

Aumenta a intimidade no relacionamento

Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh mostraram que os casais que têm mais contato físico são também os mais felizes. O motivo é a ocitocina, também conhecido como o hormônio do amor, que aumenta a empatia e a generosidade.

Sexo ajuda a dormir melhor

Você pode cochilar mais rapidamente após o sexo, e por boas razões. De acordo com a psiquiatra Sheenie Ambardar, em West Hollywood, na Califórnia, após o orgasmo, o hormônio prolactina é liberado. Ele é o responsável pelas sensações de relaxamento e sonolência. Outra pesquisa divulgada recentemente apontou que 17% das mulheres britânicas disseram que dormem por mais tempo e mais profundamente depois de terem feito sexo. O estudo foi encomendado pelo Sanctuary Spa e publicado no Daily Mail.

Sexo alivia o estresse

Níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse, podem levar a diversos problemas de saúde, como altas taxas de açúcar no sangue e ganho de peso. Para reverter este quadro, o sexo pode ser uma boa aposta, já que as endorfinas liberadas durante o ato ajudam a aliviar a tensão e a deixar de lado os momentos ruins do dia. Para a psiquiatra Sheenie Ambardar, em West Hollywood, Califórnia, estar perto de seu parceiro pode aliviar o estresse e a ansiedade.

 Orgasmo reduz dores e incômodos

Quando você estiver com dor, antes de tomar um analgésico, que tal ter um orgasmo? Segundo o médico Barry R. Komisaruk, professor da Universidade Estadual de Nova Jersey, chegar ao clímax pode bloquear a dor. O médico afirma que a estimulação vaginal pode acabar com as dores nas costas e nas pernas, além de reduzir cólicas menstruais, sintomas da artrite e, em alguns casos, até mesmo dor de cabeça.

Sexo traz mais felicidade

 Se você anda de mau humor e não sabe como melhorá-lo, a solução é simples: ao acordar, continue na cama e pratique sexo matinal. O ato deixa a pessoa feliz ao longo do dia.

 Sexo frequente aumenta a satisfação conjugal dos neuróticos

 Sexo frequente pode ajudar as pessoas neuróticas, que têm propensão a experimentar emoções negativas, a mudar de humor, além de se chatear e a se preocupar menos. A equipe da Universidade do Tennessee acompanhou 72 casais recém-casados ao longo dos primeiros quatro anos de união. A atividade sexual constante mostrou ser capaz de acabar com o déficit de felicidade dos neuróticos. Segundo os pesquisadores, algumas pessoas encontram no sexo a capacidade de manter a satisfação em dia.

Orgasmo diminui risco de morte prematura

De acordo com o British Medical Journal, homens que chegam ao orgasmo frequentemente têm 50% menos chances de morte prematura. Pesquisas mostram que fazer sexo com frequência deixa os homens com aparência mais jovem, podendo parecer até 10 anos mais novos.

Vida sexual ativa reduz a depressão

Orgasmo faz bem para o corpo e para a mente. Segundo o professor depsicologia James Coan, da Universidade da Virgínia em Charlottesville, a prática do sexo libera os hormônios ocitocina e endorfina, que colaboram para a diminuição da depressão.

 Sexo aumenta a longevidade

 Mulheres que gostam de sexo vivem mais do que aquelas que não o fazem. De acordo com o médico Michael Roizen, especialista em Medicina Preventiva na Cleveland Clinic, o sexo tem o poder de fazer as mulheres se sentirem de dois a oito anos mais jovens. Os homens podem conseguir o mesmo efeito experimentando de 150 a 350 orgasmos por ano.

 Transar tonifica os músculos

Pense em sexo como uma boa sessão de treinamento de força. Durante o ato, você usa muitos grupos musculares e, convenhamos, é muito mais divertido do que fazer agachamento na academia. "Assim como o exercício, a regularidade ajuda a maximizar os benefícios", afirma o médico Joseph J. Pinzone, diretor médico do instituto médico Amai Wellness, nos Estados Unidos.

Fazer sexo combate a dor de cabeça

Estudo publicado no Cephalalgia, jornal da Sociedade Internacional de Cefaleia, constatou que mais da metade dos participantes que sofriam de enxaqueca e tiveram relações sexuais experimentaram uma melhora nos sintomas, enquanto 20% ficaram completamente curados.

Sexo reduz a diabetes

O sexo pode reduzir o risco da diabetes tipo 2, por melhorar a ação da insulina, segundo um estudo da Journal of the American Medical Association. Além disso, o desempenho sexual pode indicar problemas de saúde: a disfunção erétil, por exemplo, talvez seja sinal de problema no coração.

Fazer sexo melhora a libido

Você quer uma vida sexual mais ativa? Então, aposte no próprio sexo, que tem o poder de aumentar a libido. É o que diz Lauren Streicher, professora-clínica assistente de obstetrícia e ginecologia na Feinberg School da Northwestern University of Medicine, em Chicago. Para as mulheres, o sexo ainda dá um up na lubrificação vaginal, no fluxo sanguíneo e na elasticidade.

Sexo é bom para a autoestima

Um estudo da Universidade do Texas provou que um dos principais motivos para a prática do sexo é a melhora da autoestima. As participantes da pesquisa disseram que a relação sexual com o parceiro faz com que elas se sintam melhores com elas mesmas e com suas formas físicas.

Reduz a pressão arterial

De acordo com Joseph J. Pinzone, diretor médico do instituto médico Amai Wellness, nos Estados Unidos, um estudo descobriu que a relação sexual propriamente dita (não a masturbação) reduz a pressão arterial sistólica.

Resumindo: o sexo é sim uma das mais eficazes medidas preventivas para a saúde que existem. Um “medicamento” natural e muito efetivo.


Dr Fábio Cardoso especialista em medicina preventiva